Zelensky agradece ajuda dos EUA e de Trump após alertar para pressão sobre a Ucrânia no plano de paz
Presidente dos EUA, Donald Trump, recebe o ucraniano Volodymyr Zelensky na Casa Branca, em 17 de outubro de 2025 Win McNamee/Getty Images/AFP O presidente da Uc...
Presidente dos EUA, Donald Trump, recebe o ucraniano Volodymyr Zelensky na Casa Branca, em 17 de outubro de 2025 Win McNamee/Getty Images/AFP O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo que Kiev é grata aos Estados Unidos e ao presidente Donald Trump pelos esforços de apoio ao país em meio à guerra com a Rússia. “A Ucrânia agradece aos Estados Unidos, a cada coração americano e, em especial, ao presidente Trump pela ajuda que, desde os mísseis Javelin, salva vidas ucranianas”, escreveu no Telegram, após Trump declarar que os líderes ucranianos demonstraram “zero gratidão” pela assistência norte-americana. (saiba mais abaixo) Zelensky também agradeceu à Europa e aos grupos G7 e G20 pelo apoio, destacando que manter essa ajuda é essencial. “Por isso trabalhamos com tanto cuidado em cada ponto, em cada passo rumo à paz”, afirmou. “Tudo precisa ser feito da maneira correta para que possamos realmente encerrar esta guerra e impedir que ela se repita.” Pressão contra a Ucrânia Europa e Ucrânia discutem plano de paz dos Estados Unidos A declaração ocorre em meio à análise de um plano de paz proposto pelos Estados Unidos, que prevê concessões territoriais à Rússia e garantias de segurança limitadas para a Ucrânia. “A pressão sobre a Ucrânia é enorme. Podemos ter de escolher entre perder nossa dignidade ou correr o risco de perder um parceiro essencial”, disse Zelensky em discurso à população na sexta-feira (21). Segundo o presidente, Kiev vai “trabalhar com calma” com Washington e outros aliados para avaliar a proposta, prometendo agir “de forma construtiva”. Trump, no entanto, pressiona por uma resposta até quinta-feira (27). Antes do pronunciamento, Zelensky conversou por telefone com o vice-presidente americano, JD Vance, mas não revelou detalhes da conversa. Também manteve contato com os líderes da Alemanha, França e Reino Unido, que reafirmaram apoio à Ucrânia e elogiaram “os esforços de Donald Trump” para buscar o fim da guerra. O governo dos Estados Unidos, porém, surpreendeu aliados europeus ao apresentar o plano sem ampla consulta prévia. Neste domingo, Trump usou a sua rede social, Truth Social, para criticar o governo ucraniano. Segundo ele, a Ucrânia expressou "nenhuma gratidão pelos nossos esforços", referindo-se ao papel de intermediação da Casa Branca em um possível acordo de paz. Trump também fez críticas a países europeus que compram petróleo da Rússia, contrariando sanções econômicas colocadas sobre a exportação do produto que é considerado uma das grandes fontes de financiamento do poderio militar russo. “A guerra entre a Rússia e a Ucrânia é violenta e terrível e, com uma liderança forte e adequada dos EUA e da Ucrânia, nunca teria acontecido. Ela começou muito antes de eu assumir o cargo para um segundo mandato, durante a administração do Sonolento Joe Biden, e só piorou (...) Herdei uma guerra que nunca deveria ter acontecido, uma guerra que é perdedora para todos, especialmente para os milhões de pessoas que morreram tão desnecessariamente. A ‘liderança’ da Ucrânia não demonstrou nenhuma gratidão por nossos esforços, e a Europa continua comprando petróleo da Rússia. Os EUA continuam vendendo quantias massivas de armas à OTAN, para distribuição à Ucrânia (o Joe Corrupto deu tudo, de graça, de graça, de graça — inclusive muito dinheiro!). Deus abençoe todas as vidas perdidas nessa catástrofe humana!”, diz o presidente dos EUA no post. Em comentário no Truth Social, Trump dispara contra Zelensky e lideranças ucranianas Reprodução A declaração de Trump ocorreu apenas poucas horas depois de Marco Rubio, ministro das Relações Exteriores dos EUA, chegar em Genebra, na Suíça, para discutir a proposta de paz apresentada por Washington para tentar encerrar a guerra na Ucrânia. Rubio encontrará uma delegação ucraniana liderada por Andrii Yermak, chefe de gabinete do presidente Volodymyr Zelensky, além de representantes da França, Alemanha e Reino Unido.