Oposição a Maduro diz manter constantes conversas com governo Trump em meio a possível operação dos EUA na costa da Venezuela
Maduro fala em luta armada na Venezuela A oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira (2) que mantém "contato permanente"...

Maduro fala em luta armada na Venezuela A oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira (2) que mantém "contato permanente" com governo Trump em meio à crise dos navios de guerra dos Estados Unidos na costa do país sul-americano. Um membro da equipe da Maria Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, falou ao g1 que "respeita e acompanha de perto" os anúncios do governo americano, e que "uma transição já começou" no país, porém sem dar mais detalhes. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A fala foi ao encontro de publicações feitas por Corina Machado nas redes sociais nos últimos dias, em que a líder opositora também falou sobre uma transição no país e falou em "uma nova era para a Venezuela". "Os cidadãos venezuelanos já estão prontos para o retorno da democracia e para um auge econômico e social nunca antes visto na história do nosso país", afirmou. Maduro disse, em uma rara entrevista coletiva com jornalistas nacionais e internacionais na segunda-feira, que os EUA buscam uma “mudança de regime” na Venezuela, e que o governo Trump teria prometido entregar o poder à oposição após o tirar da presidência. A oposição não quis comentar a fala de Maduro. A fonte ligada à Corina reforçou que a oposição tem liderança legítima no país e disse que trabalha tanto dentro quanto fora da Venezuela para a transição de poder. A fala pareceu ser uma referência a Edmundo González, que segundo a oposição venceu Maduro nas eleições presidenciais em julho de 2024, porém não pôde assumir o poder e precisou se exilar na Espanha para não ser preso pelo regime. Mísseis apontados à Venezuela e luta armada O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante entrevista coletiva à imprensa, em 1º de setembro de 2025. Leonardo Fernandez Viloria/ Reuters Maduro participou de uma rara entrevista coletiva com jornalistas nacionais e internacionais em Caracas. Ao longo de mais de duas horas de conversa, afirmou que embarcações dos EUA com 1.200 mísseis navega em direção à Venezuela. Durante a entrevista, o venezuelano declarou que o secretário de Estado americano, Marco Rubio, participou de uma videoconferência com membros da oposição no sábado (30) para discutir uma troca de governo na Venezuela. Sem apresentar provas, Maduro afirmou que a reunião aconteceu um dia depois de Rubio visitar a sede do Comando Sul — responsável por operações de defesa no Caribe, além da América Central e do Sul. “O que me contam as pessoas que viram e ouviram isso, e que gravaram, é que Marco Rubio lhes assegurou que fariam a mudança de regime, e o velhinho e a Sayona formariam o governo no país”, disse. “Velhinho” é uma referência a Edmundo González, opositor que disputou as eleições presidenciais de 2024 e reconhecido como presidente eleito da Venezuela pelos EUA. Já “Sayona” é como Maduro se refere à líder da oposição, María Corina Machado. Atualmente, González está em exílio na Espanha. Já Machado está escondida. Ambos são alvos de ações penais na Venezuela. Desde as eleições do ano passado, amplamente questionadas pela comunidade internacional, o governo persegue membros da oposição. Maduro disse ainda que os EUA já tentaram derrubar o governo em 2019, quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente do país. Ele sugeriu que, agora, os norte-americanos também não terão sucesso em uma tentativa de troca de regime. “Estamos unidos, estamos vitoriosos, e na Venezuela vai prevalecer a paz com desenvolvimento, com justiça, com igualdade e com um plano sólido para seguir avançando.” LEIA TAMBÉM: Cerco de Trump contra regime Maduro indica preparação para 'intervenção militar' dos EUA na Venezuela, diz analista Há um cartel de drogas liderado por Maduro na Venezuela, como afirma o governo Trump? Não é bem assim, diz pesquisador Guiana declara apoio à incursão dos EUA no Caribe; governo Maduro acusa país vizinho de fomentar 'frente de guerra' Maduro afirmou que a Venezuela entrará em luta armada caso seja agredida pelos Estados Unidos. Ele chamou o envio das embarcações americanas à região de "a maior ameaça à América Latina do último século" e afirmou que a Venezuela não se curvará. “Se a Venezuela for atacada, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional, da história e do povo venezuelano”, declarou. Veja a seguir o que se sabe sobre a operação dos EUA: Pelo menos sete navios dos EUA foram enviados para o sul do Caribe, incluindo um esquadrão anfíbio, além de 4.500 militares e um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais. A operação se apoia no argumento de que Maduro é líder do suposto Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista. Os EUA consideram o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e oferecem recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão dele. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a comentar objetivos militares, mas disse que o governo Trump vai usar "toda a força" contra Maduro. O site Axios revelou que Trump pediu um "menu de opções" sobre a Venezuela. Autoridades ouvidas pela imprensa americana não descartam uma invasão no futuro. Enquanto isso, Caracas vem mobilizando militares e milicianos para se defender de um possível ataque. VÍDEOS: mais assistidos do g1