Ministro israelense diz que seu país estava disposto a matar líder supremo do Irã
'Se estivesse em nossa mira, teríamos o eliminado', disse o ministro da Defesa, Israel Katz, em entrevista a rádio estatal israelense, em alusão aos 12 dias ...

'Se estivesse em nossa mira, teríamos o eliminado', disse o ministro da Defesa, Israel Katz, em entrevista a rádio estatal israelense, em alusão aos 12 dias de conflito direto travado entre Israel e Irã neste mês. Montagem mostra Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã. Ronen Zvulun/Reuters; Gabinete do Líder Supremo do Irã/WANA (Agência de notícias do Oeste Asiático)/Divulgação via Reuters O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que seu Exército estava preparado para matar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, caso a oportunidade surgisse durante o conflito direto que israelenses e iranianos travaram durante 12 dias. "Se estivesse em nossa mira, teríamos o eliminado", disse Katz à rádio estatal israelense "Kan" na noite de quinta-feira, acrescentando que o Exército o "procurou intensamente". ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "Khamenei entendeu isso, foi para o subsolo e cortou o contato com os comandantes", disse Katz, acrescentando que não foi possível alcançar o objetivo. Katz fez comentários semelhantes em duas emissoras de televisão israelenses, o "Channel 12" e o "Channel 13". Durante a guerra, Katz havia afirmado —após ataque iraniano que atingiu o hospital Soraka, no sul do país— que seu país "não poderia permitir que Khamenei continuasse existindo". Porém, o ministro israelense afirmou ao "Channel 13" que Israel não pretende mais matar o líder iraniano porque "há uma diferença entre antes e depois do cessar-fogo" —a trégua na troca de ataques entre Israel e Irã entrou em vigor na madrugada de terça-feira e, após primeiras horas turbulentas e com "bronca" do presidente dos EUA, Donald Trump, está sendo respeitado. No entanto, Katz continuou a fazer ameaças a Khamenei, como seu conselho ao aiatolá para permanecer no bunker. "Ele deveria se inspirar no falecido (Hassan) Nasrallah, que permaneceu em um bunker por muito tempo. Recomendo que faça o mesmo", disse em referência ao ex-líder do grupo rebelde libanês Hezbollah, aliado do Irã, morto em um ataque a Beirute em setembro de 2024. Katz afirmou que seu país mantém a superioridade aérea sobre o Irã e está pronto para atacar novamente, se necessário. "Não permitiremos que o Irã desenvolva armas nucleares e ameace Israel com mísseis de longo alcance", disse ao "Channel 12". Em primeiro pronunciamento após ataque americano, líder do Irã canta vitória sobre Israel Katz admitiu que Israel não sabia a localização dos estoques de urânio enriquecido do Irã, mas afirmou que os ataques às instalações nucleares destruíram as capacidades de enriquecimento de Teerã. "O material em si não estava programado para ser neutralizado (...) Neutralizamos as capacidades nucleares e de desenvolvimento de mísseis do Irã e destruímos todas as fábricas de mísseis", disse Katz ao "Channel 12", e acrescentou que o país "não permitirá" que o Irã reconstrua seus programas nuclear e de mísseis. Israel lançou um ataque sem precedentes contra o Irã em 13 de junho, desencadeando uma guerra interrompida após 12 dias por um cessar-fogo anunciado pelo presidente americano, Donald Trump, cujo país também participou da campanha militar. Os Estados Unidos e Israel afirmaram que seu objetivo era interromper o programa nuclear iraniano, que, segundo potências ocidentais, busca desenvolver uma bomba atômica, apesar de Teerã garantir que se destina a fins civis.