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Governo Trump é denunciado por família de pescador colombiano morto em ataque para comissão de direitos humanos

EUA realizam novo ataque contra embarcação no Pacífico A família de um pescador colombiano que morreu em um dos ataques no Caribe ordenados pelo governo do ...

Governo Trump é denunciado por família de pescador colombiano morto em ataque para comissão de direitos humanos
Governo Trump é denunciado por família de pescador colombiano morto em ataque para comissão de direitos humanos (Foto: Reprodução)

EUA realizam novo ataque contra embarcação no Pacífico A família de um pescador colombiano que morreu em um dos ataques no Caribe ordenados pelo governo do presidente americano, Donald Trump, denunciou os Estados Unidos na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e negou que ele transportasse drogas em sua lancha. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "Sabemos que Pete Hegseth, secretário da Defesa dos Estados Unidos, foi o responsável por ordenar o bombardeio de embarcações como a de Alejandro Carranza Medina e o assassinato de todas as pessoas que estavam nelas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ratificou a conduta do secretário", assinala a primeira denúncia formal sobre estas mortes apresentada a um organismo internacional, à qual a AFP teve acesso nesta quarta-feira (3). Segundo os parentes, Alejandro Carranza saiu da cidade de Santa Marta, na Colômbia, para pescar em mar aberto no dia 15 de setembro e apareceu morto dias depois. Dan Kovalik, advogado do presidente colombiano, Gustavo Petro, nos Estados Unidos, também é advogado da família Carranza e foi quem apresentou a denúncia na CIDH. "Ele não tinha vínculos com o narcotráfico e sua atividade diária era pescar", afirmou. Em entrevista à AFP em outubro, a viúva do pescador, Katerine Hernández, assegurou que Carranza era um "bom rapaz". O pescador deixou quatro filhos e, segundo a denúncia, sua família agora recebe ameaças de paramilitares na região. Até o momento, mais de 80 pessoas que viajavam em lanchas supostamente carregadas com drogas no Caribe e no Pacífico morreram em ataques lançados por Washington. No final de outubro, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk chamou os ataques aos barcos de "execuções extrajudiciais" e a ONU pediu que o governo Trump parasse com os bombardeios. Explosão de barco em ataque dos EUA Truth Social / Reprodução Secretário de Guerra dos EUA zombou de ataques Na semana passada, o jornal "The Washington Post" publicou uma reportagem afirmando que o secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, teria ordenado um segundo bombardeio contra sobreviventes do primeiro ataque realizado pelo país no Caribe. Principal porta-voz dos ataques a embarcações, Hegseth teria dado uma ordem direta às tropas que matassem todos os integrantes de um dos barcos alvejados pelos EUA, o que configuraria um crime de guerra, segundo o jornal americano "The Washington Post". Secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, e montagem de tartaruga Franklin bombardeando barcos. Pool via Reuters e reprodução/redes sociais No domingo (30), Hegseth debochou da polêmica causada pela matéria e postou uma montagem com um desenho infantil para zombar dos ataques a embarcações no Caribe e de acusações de ter cometido um possível crime de guerra na ofensiva. A montagem compartilhada por Hegseth mostra uma tartaruga verde chamada Charlie, de um desenho infantil de mais de 20 anos de existência e popular nos EUA, a bordo de um helicóptero disparando um lança-mísseis contra barcos carregados com pacotes e pessoas armadas com o título "Franklin mira narcoterroristas". (veja na imagem acima) SANDRA COHEN: Governo Trump admite ataque a sobreviventes de barco venezuelano afundado, mas protege secretário de Defesa Sem dar detalhes, Trump confirma conversa telefônica com presidente da Venezuela Ataques a embarcações Até o momento, 20 embarcações foram atacadas e um total de 80 pessoas foram mortas. O ataque mais recente foi em 13 de novembro. O governo Trump acusam, sem apresentar provas, essas embarcações de pertencerem a cartéis de drogas latino-americanos e conter narcoterroristas e carregamentos de drogas rumo aos EUA. O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou em novembro haver "indícios" de que os ataques do governo Trump são execuções extrajudiciais. No final de outubro, a ONU pediu que os EUA parassem com os ataques. Trump também disse "estar em guerra" contra cartéis de drogas latino-americanos e ordenou, em agosto, uma operação militar na região da América Latina contra esses grupos. Desde então, os EUA mobilizaram uma ampla presença militar na região e fazem ataques recorrentes a embarcações no mar do Caribe e em regiões do Oceano Pacífico próximas à costa América Latina. Os bombardeios a essas embarcações também compõem uma estratégia de pressão ao governo de Nicolás Maduro, da Venezuela, acusado pelos EUA de chefiar o Cartel de Los Soles. O presidente venezuelano acusa o governo Trump de realizar uma campanha de pressão que tem como objetivo tirá-lo do poder.