EUA interceptam terceiro navio petroleiro perto da Venezuela, dizem agências
EUA anunciam sanções contra parentes de Maduro e contra empresas e navios que atuam na Venezuela Reprodução/TV Globo Os Estados Unidos interceptaram um terc...
EUA anunciam sanções contra parentes de Maduro e contra empresas e navios que atuam na Venezuela Reprodução/TV Globo Os Estados Unidos interceptaram um terceiro navio petroleiro próximo à costa da Venezuela, informaram neste domingo (21) as agências de notícias Bloomberg e Reuters. O nome do barco é o petroleiro Bella 1. A data e o local exato em que a apreensão ocorreu não foram informados até a última atualização a desta reportagem. O governo Trump tampouco se manifestou sobre a nova apreensão até o momento. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Segundo a Bloomberg, trata-se de um petroleiro que usava bandeira panamenha e estava a caminho da Venezuela para ser carregado. A Reuters diz que o navio estava em águas internacionais. Além dessa embarcação, os Estados Unidos apreenderam no sábado (20) o petroleiro Centuries e, em 10 de dezembro, o Skipper. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Há poucos dias, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um bloqueio contra todos os petroleiros sujeitos a sanções que entram ou saem da Venezuela. O anúncio foi interpretado por analistas como uma elevação do tom das ameaças americanas. O regime Maduro chamou a fala de Trump de uma "ameaça grotesca" e "absolutamente irracional" e disse no sábado que as apreensões "não ficarão impunes". O governo venezuelano não se manifestou sobre a apreensão deste domingo até a última atualização desta reportagem. A apreensão de navios petroleiros faz parte da campanha de pressão do governo Trump contra o regime Maduro, que inclui uma ampla mobilização militar no mar do Caribe, sobrevoos no espaço aéreo venezuelano e bombardeios a embarcações. As interceptações, que visam estrangular a economia venezuelana, adicionaram um novo capítulo à escalada de tensões entre os dois países. Por que os navios estão sendo apreendidos? Governo Trump mostra ação que apreendeu segundo petroleiro vindo da Venezuela A Venezuela concentra a maior reserva comprovada de petróleo do planeta, com capacidade de aproximadamente 303 bilhões de barris — ou 17% do volume conhecido —, segundo a Energy Information Administration (EIA), órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA. Esse volume coloca o país à frente de gigantes como Arábia Saudita (267 bilhões) e Irã (209 bilhões), com ampla margem. Grande parte do petróleo venezuelano, porém, é extra-pesado, o que exige tecnologia sofisticada e investimentos elevados para extração. 🔎 Na prática, o potencial é enorme, mas segue subaproveitado devido à infraestrutura precária e às sanções internacionais que limitam operações e acesso a capital. Há um claro interesse dos EUA. Segundo a EIA, o petróleo pesado da Venezuela "é bem adequado às refinarias norte-americanas, especialmente às localizadas ao longo da Costa do Golfo". Nesse contexto, o republicano atinge dois objetivos simultaneamente: ao buscar favorecer a economia dos EUA, também pressiona a produção e as exportações de petróleo da Venezuela — setor central para a economia do país e para a sustentação do governo de Nicolás Maduro. Os efeitos iniciais já começaram a aparecer nesta semana. Reportagem da Bloomberg News indicou que Caracas enfrenta falta de capacidade para armazenar petróleo, em meio a medidas de Washington para impedir que embarcações atraquem ou deixem portos venezuelanos. Desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao setor de energia da Venezuela, em 2019, comerciantes e refinarias que compram petróleo venezuelano passaram a recorrer a uma “frota fantasma” de navios-tanque, que ocultam sua localização, e a embarcações sancionadas por transportar petróleo do Irã ou da Rússia. A China é a maior compradora do petróleo bruto venezuelano, que responde por cerca de 4% de suas importações. Em dezembro, os embarques devem alcançar uma média de mais de 600 mil barris por dia, segundo analistas consultados pela Reuters. Por enquanto, o mercado de petróleo está bem abastecido, e há milhões de barris em navios-tanque ao largo da costa da China aguardando para serem descarregados. Se o embargo permanecer em vigor por algum tempo, a perda de quase um milhão de barris por dia na oferta de petróleo bruto tende a pressionar os preços do petróleo para cima. O ataque a petroleiros ocorre enquanto Trump ordenou ao Departamento de Defesa que realizasse uma série de ataques contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico que sua administração alega estarem contrabandeando fentanil e outras drogas ilegais para os Estados Unidos e além. Pelo menos 104 pessoas foram mortas em 28 ataques conhecidos desde o início de setembro. A chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, disse em uma entrevista à Vanity Fair publicada esta semana que Trump "quer continuar explodindo barcos até Maduro gritar 'tio'." Trump e Maduro AP Photo/Evan Vucci; Reuters/Leonardo Fernandez
Fonte da Reprodução:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/12/21/eua-navio-perto-da-venezuela.ghtml