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Crise dos navios: até onde Trump e Maduro podem levar adiante a guerra de narrativas para convencer suas bases?

Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, líder do chavismo na Venezuela Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters O presidente Donald Trump apresen...

Crise dos navios: até onde Trump e Maduro podem levar adiante a guerra de narrativas para convencer suas bases?
Crise dos navios: até onde Trump e Maduro podem levar adiante a guerra de narrativas para convencer suas bases? (Foto: Reprodução)

Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, líder do chavismo na Venezuela Kevin Lamarque e Manaure Quintero/Reuters O presidente Donald Trump apresentou a primeira ação concreta contra a Venezuela para justificar o deslocamento de oito navios de guerra ao Caribe: um ataque militar contra um suposto barco de drogas ligado ao cartel Tren de Aragua, que teria matado 11 pessoas, descritos como terroristas. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Nicolás Maduro prontamente retrucou, assegurando que o vídeo exibido pelo presidente americano foi produzido por inteligência artificial. O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, disse nesta quarta que o vídeo "definitivamente não é IA". Tanto Trump quanto Maduro recorrem à retórica radical para tentar convencer suas bases eleitorais sobre as movimentações no teatro de guerra montado no Caribe. “Há mais de onde isso veio”, assegurou o americano sobre o ataque e a sua missão antidrogas. Em resposta, Maduro caprichou no discurso ufanista. “Eles estão inventando uma história, uma lenda. Eles vêm pelo petróleo, querem o petróleo venezuelano de graça.” Desde o primeiro mandato na Casa Branca, o presidente americano tem uma assinatura pendente com o regime venezuelano. Seu governo foi o primeiro a apoiar o então presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, e reconhecê-lo como presidente legítimo do país. A estratégia, seguida por mais de 50 países, incluindo o Brasil e os da União Europeia, fracassou. O regime venezuelano reforçou suas amarras para se sustentar pela via do autoritarismo. Maduro se manteve no poder, às custas de uma eleição considerada fraudulenta pela oposição e por observadores internacionais. Nunca apresentou as atas eleitorais que justificassem a sua propaganda vitória. De volta à Casa Branca, há oito meses, Trump deu sinais de amenizar o relacionamento, ao mandar a Caracas o enviado Richard Grenell, que voltou de lá com seis prisioneiros americanos libertados por Maduro. As operações da Chevron no país, que haviam sido suspensas no governo Joe Biden, foram retomadas. Ao mesmo tempo, o presidente americano revogou o Status de Proteção Temporária a 600 mil venezuelanos nos EUA e autorizou deportações de imigrantes, uma parte deles para El Salvador. A base eleitoral latina de Trump rejeita qualquer aproximação com o regime venezuelano. Isso explicaria o recrudescimento da retórica, a associação direta de sua cúpula ao narcotráfico e o envio do arsenal marítimo que justificasse conter o fluxo de drogas para os EUA. A recompensa do governo americano por pistas que levem à prisão de Maduro foi elevada para US$ 50 milhões. Daí a antever uma ofensiva de maiores proporções ou a mudança de regime, como especula a mídia de extrema direita nos EUA, e a mobilização de milhares de milicianos que estariam prontos para a luta armada, conforme alardeia o ditador venezuelano, há um longo e tenebroso caminho. Os antecedentes mostram que Trump e Maduro não parecem dispostos a encará-lo. LEIA TAMBÉM: CRONOLOGIA: Entenda a escalada de tensões entre governos Trump e Maduro VÍDEO mostra ataque dos EUA a barco no Caribe; governo Trump diz que embarcação levava drogas da Venezuela CONTATOS: Oposição a Maduro diz manter constantes conversas com governo Trump em meio a possível operação dos EUA na costa da Venezuela VEJA: Governo Trump divulga primeiras fotos de navios de guerra no Caribe Crise na Venezuela: militares americanos fazem ataque aéreo a embarcação no Caribe