Candidato apoiado por Trump é eleito em Honduras após atrasos e pleito contestado
Nasry Asfura durante a campanha para as eleições em Honduras, em 22 de novembro de 2025. Leonel Estrada/ Reuters Nasry Asfura, candidato conservador do Partid...
Nasry Asfura durante a campanha para as eleições em Honduras, em 22 de novembro de 2025. Leonel Estrada/ Reuters Nasry Asfura, candidato conservador do Partido Nacional, venceu a eleição presidencial de Honduras, informou o órgão eleitoral do país nesta quarta-feira (24). Ele é apoiado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O país latino-americano foi às urnas em 30 de novembro, e a divulgação do vencedor ocorreu apenas agora, após semanas de atrasos, problemas técnicos e denúncias de fraude. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Asfura substituirá a atual presidente, Xiomara Castro, que em 2021 levou a esquerda de volta ao poder hondurenho após 12 anos de governos conservadores. A autoridade eleitoral, conhecida como CNE, afirmou nesta quarta que Asfura obteve 40,3% dos votos, superando por pequena margem o candidato de centro-direita do Partido Liberal, Salvador Nasralla, que teve 39,5%. Veja os vídeos em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 A disputa acirrada e os problemas no sistema de apuração levaram à contagem manual de cerca de 15% das atas de votação — que somavam centenas de milhares de cédulas — para a definição do vencedor. Após a divulgação do resultado, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que os Estados Unidos "instam todas as partes a respeitar os resultados da votação para que as autoridades hondurenhas possam garantir uma transição pacífica para o presidente eleito". Quem é Nasry Asfura Filho de palestinos e visto como o “candidato” de Trump, Asfura disputou a Presidência pela segunda vez e recebeu, no fim de novembro, o apoio formal do presidente dos Estados Unidos. Ele pertence ao Partido Nacional, sigla marcada pela condenação do ex-presidente Juan Orlando Hernández. Asfura foi prefeito de Tegucigalpa e chegou a ser acusado de desvio de recursos. Além disso, apareceu na lista dos “Pandora Papers”, que revelou empresas offshore usadas para sonegação de impostos. Durante a campanha eleitoral, o presidente eleito se apresentou como um construtor pragmático capaz de atender às necessidades de infraestrutura de Honduras. Temores de fraude Uma das principais preocupações dos eleitores era a possibilidade de anulação do pleito. Uma semana antes da votação, autoridades eleitorais relataram ter identificado irregularidades em um teste do sistema de resultados preliminares, que normalmente é divulgado poucas horas após o fechamento das urnas. A candidata Rixi Moncada — sucessora do projeto esquerdista de Xiomara Castro e de seu marido, o ex-presidente Manuel Zelaya, deposto em 2009 por um golpe militar — ameaçou não reconhecer o resultado caso o erro persistisse, o que gerou preocupação entre observadores internacionais. A missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Honduras afirmou que “observou ações e declarações praticamente diárias que geram incerteza e desestabilizam o processo eleitoral”. “Todos falaram sobre fraude”, disse à agência de notícias Associated Press María Méndez Dardón, diretora para a América Central do Escritório de Washington para Assuntos Latino-Americanos (WOLA), organização não governamental voltada à defesa dos direitos humanos. “Eles criam ainda mais incerteza no ambiente quando vemos uma classe política que resiste a se submeter à vontade popular, mas também ao trabalho das instituições eleitorais". O fator Trump A influência atual de Donald Trump na América Latina também se refletiu no pleito hondurenho. Apenas em 2025, os EUA deportaram 27 mil migrantes de Honduras e revogaram o Status de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês) de outros 51 mil hondurenhos. Cada candidato, de acordo com sua orientação ideológica, fez algum aceno a Trump. Durante a campanha, Moncada afirmou que respeitaria o tratado de extradição com Washington, questionado por Castro. O candidato liberal Salvador Nasralla prometeu romper com a Venezuela e, assim como Asfura, promover um diálogo melhor com o governo americano. Todos expressaram disposição de se aproximar de Taiwan, depois que Xiomara Castro restabeleceu relações com a China, em 2023. * Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte da Reprodução:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/12/24/eleicao-honduras.ghtml